Na Umbanda, a crença em um único Deus é fundamental, e Ele é reverenciado e conhecido pelo nome de Olorum ou Olodumaré. Ele é o Divino Criador de tudo e de todos, o Senhor dos nossos Destinos. Olorum está muito acima da compreensão humana. Ele é o centro da Criação, presente em tudo o que criou.
Olorum é descrito como o princípio criador-gerador, a própria Perfeição. Ele é tanto o micro quanto o macro, e para encontrá-Lo, as fontes sugerem procurá-Lo dentro do próprio ser humano, em suas células e partículas.
A Relação com os Orixás
Os Orixás na Umbanda são vistos como as Potências Divinas de Olorum que governam a Criação. Eles são as qualidades divinas manifestadas pelas individualizações do Divino Criador. Os Orixás são indissociáveis de Olorum e são manifestações ou exteriorizações divinas. Como co-criadores, eles devem ser entendidos como manifestadores de Olorum em seus campos de atuação. Olorum concedeu poderes aos Orixás para participarem da criação.
Alguns Orixás são referidos como Suas divindades unigênitas (únicas geradas), surgindo de qualidades específicas de Olorum. Exemplos dessas individualizações incluem Oxalá como o mistério da fé (classificado como a oniquerência de Olorum), Ogum como o mistério da ordenação (onipotência), e Oxóssi como o mistério do conhecimento (onisciência). Os Orixás residem na Coroa Divina, de onde irradiam Suas qualidades.
A Criação Divina
Segundo os textos, Olorum cria e gera tudo em Si mesmo. Seus pensamentos adquirem existência imediatamente em Seu interior, gerados por Seus mistérios criadores-geradores, as matrizes geradoras. Ele Se exteriorizou através do estado de vazio absoluto, criando um campo externo. Ele enviou os Orixás à Sua morada exterior para que a ocupassem e a tornassem habitável. As intenções divinas se concretizam. O vazio original ao redor de Olorum permitiu que tudo o que foi criado depois se consolidasse, dotando cada coisa criada de um vazio individualizador à sua volta. Olorum gera em Si (Suas divindades) e de Si (qualidades/fatores).
As fontes mencionam a existência de uma "morada interior" onde Olorum reside e uma "morada exterior", que é o mundo manifestado, criado pelos Orixás sob Sua direção.
Olorum também possui a qualidade de paralisar a criação ou geração que não está alinhada com Seus desígnios ou vontade. Essa capacidade é um recurso divino para deter desvios. Orixás como Omolu são manifestações dessa qualidade paralisante.
O Culto a Olorum na Umbanda
Olorum é central na teologia e nos rituais da Umbanda. Os cultos ao Divino Criador Olorum existem e envolvem orações e rituais específicos. Um desses rituais utiliza velas de diversas cores ao redor de uma vela branca central, representando as Sete Luzes Vivas de Deus. O batismo na Umbanda é o primeiro e mais importante sacramento, marcando a entrada na religião e tornando o batizando filho de Olorum (Deus) e seguidor de Pai Oxalá. As invocações aos Orixás geralmente se iniciam pedindo as graças de Pai Olorum, para que Sua Luz Divina se irradie sobre eles e os Guias.
As fontes indicam que a Umbanda busca fundamentar seus conceitos, inclusive sobre Olorum, com base em uma dialética própria e em revelações espirituais.
Em suma, Olorum é a origem de tudo na Umbanda Sagrada, o Divino Criador, o Pai Eterno, a Perfeição que se manifesta e se individualiza nos Orixás e governa a Criação com Suas qualidades e leis divinas.
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